segunda-feira, 1 de abril de 2013

Algumas lendas mineiras


Descoberta e Povoamento
Lenda
a) "A Acaiaca"
Próximo ao arraial do Tejuco havia uma poderosa tribo de índios que viviam em constante luta com os tejuquenses, que de vez em quando invadiam o arraial.
Perto da taba indígena, numa pequena elevação, havia um belo e frondoso cedro que os índios, na sua língua, chamavam "acaiaca".
Contavam eles que, no começo do mundo, o rio Jequitinhonha e seus afluentes encheram-se tanto que transbordaram, inundando a terra. Os montes e as árvores mais altas ficaram cobertos e todos os índios morreram.
Somente um casal escapou, subindo na Acaiaca. Quando as águas baixaram, eles desceram e começaram a povoar a terra de novo.
Os índios tinham, portanto, muita veneração por essa árvore. Acreditavam mesmo, que se ela desaparecesse, a tribo também desaparecia.
Os portugueses que habitavam o arraial, conhecedores daquela crença, esperavam uma oportunidade para derrubar a Acaiaca. No dia do casamento da bela Cajubi, filha do cacique da tribo com o valente guerreiro Iepipo, enquanto os índios dançavam em comemoração, os portugueses derrubavam a árvore a golpe de machado.
Quando os índios viram por terra a árvore sagrada ficaram aterrorizados e prorromperam em grandes lamentações, pois, conforme acreditavam, o fim da tribo estava próximo.
Pouco tempo depois da morte da Acaiaca surgiu grande desavença entre o cacique da tribo e os principais guerreiros. A desarmonia entre eles terminou em uma luta tremanda que durou a noite inteira, ficando o chão coberto de cadáveres: ninguém escapou.
Nesta noite fatal, uma horrível tempestade caiu sobre o arraial do tejuco, arrancando árvores, rochedos e casas.
No dia seguinte, os tejuquenses, assombrados, não encontraram o menor sinal da Acaiaca.
Dizem que foi a partir dessa noite que os garimpeiros começaram a encontrar as pedrinhas brancas, os diamantes, que surgiram dos carvões e das cinzas daquela árvore sagrada.
Cajubi ficou encantada em uma onça. Aparecia andando ereta com a cabeça de uma onça. Tentava impedir os garimpeiros de coletar os diamantes.
b) "Caminhos subterrâneos"
Segundo uma lenda a Igreja de Nossa Senhora do Pilar de Ouro
Preto foi construída sobre um rico veio de ouro. Conta-se que existia um caminho subterrâneo que ia da Igreja até o local da antiga Casa da Câmara e da Cadeia, atual Museu da Inconfidência.
Conta-se também que existia um túnel que levava até o Morro da Queimada, e, através deste, os escravos de Pascoal da Silva Guimarães tentaram salvar o ouro do seu senhor, na Revolta de Felipe dos Santos, quando por ordem do Governador, o morro inteiro foi queimado.
Acrescenta ainda que muitos dos escravos morreram lá embaixo, em consequência de desabamentos, e dizem que ainda é possível ouvir, de vez em quando, suspiros profundos das almas danadas dos mortos.
c) "Imagem no lombo do burro"
Sobre a imagem de Senhor dos Passos que fica no altar, à direita, na Igreja do Pilar de Ouro Preto, conta-se que em 1927, foi transportada no lombo de burro , do Rio de Janeiro até a atual Praça Tiradentes.
Ninguém sabia se a imagem pertencia à Igreja de Nossa Senhora do Pilar, dos portugueses ou à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, dos Paulistas.
Para que não surgissem mais disputas entre as duas partes de Vila Rica, ficou decidido que a sorte resolveria a qual destas a imagem viria a pertencer.
A imagem foi novamente amarrada no lombo do burro, e ficou combinado que, se o burro saísse na direção da Igreja de N.S. da Conceição, iria pertencer à sua paróquia, mas caso o burro tomasse a direção da Igreja de N.S. do Pilar, caberia à paróquia desta.
O burro tomou o caminho da Igreja de N.S. do Pilar e a partir daquele momento, a imagem ficou pertencendo a esta.
Atualmente a imagem vai em procissão até a Igreja de N. Senhora da Conceição, mas os devotos até hoje temem que a imagem possa ser reconquistada pela matriz que a encomendou.
d) "O sumiço da cabeça de Tiradentes"
Após a execução de Tiradentes, seu corpo foi esquartejado e sua cabeça colocada em uma gaiola, presa a um mastro, na atual Praça Tiradentes. Ali deveria permanecer até ser aniquilada pelo tempo. Em pouco tempo, a cabeça exposta desapareceu do seu lugar.
Uma variável explica que alguns amigos de Tiradentes resolveram roubar a gaiola com a cabeça. Conferenciou-se quanto à melhor maneira de enganar a vigilância portuguesa. A primeira reunião, segundo se diz, teria sido no prédio onde existe hoje o Hotel Pousada Ouro Preto.
Numa noite fria e nevoenta, o guarda foi assaltado por dois homens mascarados. Enquanto um, a sangue frio, estrangulou o soldado português, outro aproveitou para desaparecer com a gaiola e o seu terrível conteúdo.
A cabeça de Tiradentes foi cuidadosamente embalsamada, antes de ser colocada numa urna de pedra, hermeticamente fechada, depois de todas as cavidades do crânio e os demais vãos da urna terem sido preenchidos com ouro em pó.

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