segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pontos Turísticos: Gruta de Maquiné


Gruta de Maquiné

Gruta de Maquiné
Gruta de Maquiné
Alexandre C. Mota
A gruta de Maquiné, localizada em Cordisburgo (MG), foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria do Maquiné, então proprietário das terras. Foi pesquisada a partir de 1834 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund, chamado de o pai da paleontologia brasileira. Está aberta para visitação pública desde 1967, mas parte da gruta permanece fechada.
A gruta apresenta sete salões grandes ligados por meio de estreitas passagens, num total de 650 metros lineares e desnível de apenas 18 metros. Cada salão recebeu uma denominação de acordo com as figuras que aparecem em seu interior. São eles: Vestíbulo, Colunas, Altar ou Trono, Carneiro ou Elefante, Piscinas e Fadas. A sétima câmara é dividida em duas partes, Dr. Lund e Cemitério, esta última fechada à visitação.
A gruta é formada por rochas de origem sedimentar do fundo de mares antigos, da Era Neoproterozóica (1.000 a 545 milhões de anos atrás), que têm como base o calcário composto do mineral calcita. Lund definiu assim a origem da gruta: A caverna teria se formado na época em que grandes regiões do país, atualmente secas, se achavam cobertas de grandes lagos ou jaziam ainda no fundo do mar.
O preparo de iluminação e as passarelas possibilitam aos visitantes vislumbrar as suas maravilhas com segurança. Todo percurso é acompanhado por um guia local. Durante sua pesquisa, disse Lund, ao explorar um dos salões: A mais rica imaginação poética não saberia engendrar uma tão esplêndida morada para os seres maravilhosos; diante desta notável gruta, ela seria forçada a confessar sua impotência. Quanto a mim, confesso que nunca meus olhos viram nada de mais belo e magnífico nos domínios da natureza e da arte.
Repleta de ornamentos naturais, a gruta apresenta um belo acervo de espeleotemas (formações de cristais). Os principais são as estalactites (formas pontiagudas que nascem a partir do teto), estalagmites (formas que crescem a partir do chão), colunas e cortinas.
Além do valor espeleológico, a gruta de Maquiné possui importância arqueológica (estudo do passado do homem) e paleontológica (estudo de fósseis animais). Nela, foram encontradas ossadas humanas, material lítico (em pedra) trabalhado com arte e restos de megatérios (mamíferos que viveram no período quaternário).
Lund permaneceu na caverna por quase dois anos para realizar os seus estudos. Nesse período, descobriu restos humanos e de animais fossilizados do quaternário, como esqueletos de aves fossilizadas com envergadura de até 3 metros.
Na gruta, também achou esqueletos de preguiças, em 1835. Eram poucas peças da menor preguiça da família dos megaloniquídeos, que tinha o tamanho de uma ovelha hoje, já foram identificadas 13 espécies de preguiça no Brasil. Há 12 mil anos, existiam, no Brasil, preguiças enormes, que chegavam a ter o tamanho de um elefante. São chamadas preguiças terrícolas, por viverem na terra. As espécies que restaram hoje vivem em árvores e são denominadas arborícolas.
Fontes: Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, Atlas Turístico do Estado de Minas Gerais, revista Ciência Hoje, Prefeitura de Cordisburgo, Contribuições no Desenvolvimento de um Plano de Manejo em Ambiente Cavernícola: Gruta do Maquiné - Um Estudo de Caso (Guilherme F. P. de Aguiar e Thiago F. Lima, 2005, Centro Universitário Newton Paiva) e Peter Wilhelm Lund e sua Visão das Cavernas (Augusto Auler, 2002, revista O Carste)

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