segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pontos Turísticos: Estrada Real, "o caminho do ouro"


Estrada Real


Os caminhos da Estrada Real
Caminho por onde passa a história de Minas Gerais, a Estrada Real remonta ao século 17, associada à exploração do ouro e do diamante no Brasil colonial. Dela fazem parte as vias de acesso, as trilhas calçadas pelos escravos, os pontos de parada, as cidades e vilas históricas, que serviram de cenário à Inconfidência Mineira, principal movimento de contestação à Coroa portuguesa naquela época, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Inicialmente, a Estrada Real ligava a antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, no Rio de Janeiro, o chamado Caminho Velho. A vontade da Coroa portuguesa de escoar mais rapidamente os produtos da mineração em direção aos portos do Rio, e, destes, à Europa, levou à abertura de um Caminho Novo, que ligou o Rio de Janeiro à antiga capital de Minas, Ouro Preto. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada foi estendida até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina).
O Caminho Velho foi utilizado a partir de 1694, ligando São Paulo a Minas, numa viagem que demorava 90 dias. Cruzava as atuais regiões de Taubaté, Guaratinguetá, Serra da Mantiqueira, Passa-Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, Baependi, Conceição do Rio Verde, Ibituruna, Rio das Mortes, São João del Rei, Mariana e Ouro Preto.
Em 1701, foi aberto o Caminho Novo, cujo trajeto começava na baía de Guanabara e passava pelas localidades de Inhaúma, Iguaçu, Rio Paraíba, Rio Paraibuna, Simão Pereira, Matias Barbosa, Juiz de Fora, Santos Dumont, Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco e Ouro Preto. Até 1808, este percurso era interditado a estrangeiros. Em 1729, a descoberta de diamantes no Serro estendeu a Estrada Real até Diamantina.
Fatos históricos ficaram marcados no trajeto. Durante o movimento dos Inconfidentes, por exemplo, as estalagens e os pousos foram utilizados por Tiradentes para pregar a liberdade e a independência do Brasil. D. Pedro 1º também aproveitou para visitar Minas Gerais por este caminho em duas ocasiões: 1822 e 1831.
Três séculos depois, o mesmo caminho por onde foram transportados ouro, diamantes e pedras preciosas de Minas Gerais para o resto do mundo está sendo redescoberto e revitalizado. São 1.410 quilômetros que cortam Minas Gerais, Rio de Janeiro e parte de São Paulo, passando por 177 cidades que possuem um rico acervo histórico, cultural, artístico, gastronômico, rural, religioso. As belezas naturais da região, como serras, cachoeiras, rios e florestas, também integram o patrimônio da Estrada Real.
Hoje, a Estrada Real possui em seu trajeto Patrimônios da Humanidade, como as cidades de Ouro Preto e Diamantina e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, e uma cidade em processo de obtenção deste título (Paraty). Além disso, estão presentes vários patrimônios naturais e histórico-culturais em nível nacional, estadual e municipal.
Essa revitalização é resultado de uma parceria do governo estadual com entidades como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Instituto Estrada Real. O projeto Estrada Real é a principal iniciativa do governo de Minas Gerais na área de turismo e o mais importante programa turístico em implantação no País. Seu objetivo é promover o desenvolvimento dos 162 municípios mineiros situados na área de influência da Estrada Real, por meio do incentivo ao turismo cultural, religioso, histórico e rural, ecoturismo e turismo de aventura.

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